quarta-feira, 4 de novembro de 2015

TRISTE SINA

MACAPÁ, AMAPÁ, AMAZÔNIA....

Neca Machado


Ando por aí, não mais com pressa de chegar a algum lugar, já vi e ouvi quase de um TUDO, e nem me surpreendo mais com NADA.
Passando pela Praça Veiga Cabral observei um grupo de TURISTAS reclamando da velha Catedral de São José FECHADA.
E um deles ainda dizia angustiado “ olha só o que fizeram com o Prédio da prelazia?
Resolvi entrar e fiquei Surpresa com a construção de um VERDADEIRO centro de comercio dentro das instalações da IGREJA, sim o local é terreno da Igreja, e me perguntei > onde estão as instituições que defendem o PATRIMONIO HISTORICO E CULTURAL DO AMAPÁ?
Vou ter que dar razão ao turista que reclamava da catedral fechada.
E aí lembrei da bela canção DO POETA EDMAR ROCHA escrita de maneira a fazer um verdadeiro PROTESTO quando viu patrimônios históricos do Pará desaparecerem.
É confirmação apesar de muitos Padres do Amapá não concordarem com a venda de prédios e terrenos da Igreja.
E muitos fieis perguntam pra onde vai o dinheiro?
Não sei.
E muitos questionam, será que o PAPA sabe?
Também não sei, o Papa quer menos ostentação, mas quer preservação do patrimônio institucional.
TALVEZ EU ESCREVA UMA CARTA AO PAPA.
Com a febre da internet, talvez o Vaticano leia e ainda vou mandar em italiano e espanhol.
E voltando a canção do poeta Edmar...
Por aqui caro Edmar, não é diferente.
Acabaram com patrimônio tucuju há muitos anos, o amapaense por aqui é MINORIA, não tem mais verdadeiros PIONEIROS que morrem todo dia e são esquecidos em uma Terra onde ajudaram a erguer o desenvolvimento.
COITADO DO BAIRRO DO LAGUINHO, um dos primeiros a ser erguido com o suor dos afrodescendentes, muitos brigam por cultura, mas a União dos Negros, sem luz, abandonada há anos, aparece somente no encontro dos tambores que ressoam surdos com a tristeza.
Acabaram com o POÇO DO MATO que secou e virou um buraco no meio da rua, e EU dona do MEMORIAL que leva o nome do patrimônio cultural tive que escutar de um jornalista imbecil que apareceu de paraquedas por aqui e já abriu no mundo porque deixou de ganhar uns trocados, repetia em bom tom em uma radio > QUE PORRA É ESSA NO MEIO DA RUA?
Era o POÇO DO MATO.
LEVARAM OS FAROIS DA FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ.
São tantos problemas que uma crônica só não daria para elenca-los.
Os Barcos do governo estão a deriva enferrujando nas cabeceiras do rio.
O Minério jogado sem futuro contaminando ribeirinhos.
O Igarapé das Mulheres talvez nem sirva para albergue do Spielberg
A POROROCA ACABOU.
Só tem hoje em filme de chinês belas lembranças.
E EU ainda preocupada com o meu DIREITO AUTORAL, depois da minha MORTE, em 70 anos TUDO que escrevi vai virar DOMINIO PUBLICO. PODE? E ai qualquer UM que não fez sequer uma pesquisa como EU fiz vai poder usar do meu trabalho, mas nas cinzas espalhadas ao vento, porque DESEJO SER CREMADA, talvez minha imagem de descontentamento surja em uma nuvem qualquer.
“QUEM QUISER VENHA VER...”
Mais só um de cada vez....

Nossa SINA não será RIMA.
E NOSSOS PATRIMONIOS VIRARÃO MEMORIA.