quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

REALIDADE

NECA MACHADO 16 OBRAS EM PORTUGAL

“NECA MACHADO 16 OBRAS EM PORTUGAL”
(CONTOS, CRONICAS E POESIAS)




OS SONHOS QUE SE REALIZARAM, E OS QUE FICARAM PELO CAMINHO EM MEIO SECULO DE EXISTENCIA.



“OS SONHOS QUE FICARAM PELO CAMINHO...”

·         Na estação do metrô em Portugal, repenso na Angolana que raspava loterias, talvez pensando em um futuro melhor para si e sua família e resolvo “revolver” na memória, velhos SONHOS QUE FICARAM PELO CAMINHO...

·         (MAS, MUITOS, DELES SE CONCRETIZARAM, GRAÇAS A MINHA DETERMINAÇÃO.)




·         Com o passar dos anos, aprendi a ter discernimento e a absolver sabedoria de outros mais experientes.

·         Observo que o envelhecimento trouxe para muitos, demência, MUITOS DIVAGAM, VIVEM SEUS DEVANEIOS, mas, no meu caso, me trouxe MUITA CORAGEM, coragem de sair do lugar, coragem de descobrir novos sabores, coragem de conhecer novas culturas, coragem de ariscar.





PORTUGAL

·         Quando DECIDI investir na poesia internacional, MUITOS até talvez me tenham qualificado de “louca” por querer SONHAR TÃO ALTO, quando em terras onde nasci, sequer o respeito é notado ao meu trabalho de décadas, talvez morta tenha reconhecimento, mas NÃO estarei contente onde estiver, porque nem quero ser sepultada, pelos meus DESEJOS, quero ser CREMADA e minhas cinzas jogadas no OCEANO ATLANTICO na Europa, “não quero ser jogada no Rio Amazonas por favor, e nem terei o prazer de sorrir ao receber homenagens póstumas.”

·         (Deixarei em vida um codicilo a Dimitrius, meu filho que tem me acompanhado que meu desejo seja concretizado.)


·         E volto a lembrar de quantos sonhos por aí ficaram no caminho. Muitos têm sonhos, outros divagam, outros deliram...
LEMBRANÇAS

·         Sou Professora e um dia uma aluna minha que tinha problemas com outra aluna por ciúmes, a aluna criticada era linda, e a outra menos bela, um dia perguntei sobre sonhos na sala de aula a ela, e me respondeu que queria ir para o Canadá. Talvez nem tenha saído de Macapá.

·         Observei que um Homem sentava em um banco décadas, as vezes delirava, noutras somente criticava, mas, continua no mesmo lugar, não comprou uma bicicleta nova, não tem uma casa longe da lama, não foi a universidade, mas, talvez tivesse sonhos, que nunca realizou, continua no mesmo lugar, mudou apenas o banco, agora tem outras cadeiras velhas ao seu redor.


·         Continuei a observar uma Mulher cheia de sonhos de grandeza, megalômana, só pensava em riqueza, não tem trabalho, não passou em um concurso público e não é mais jovem, nunca foi bela. O tempo passou.
 Continua na lama, sentindo o cheiro de fezes, talvez tenha conquistado um novo amor, talvez pela sua agressividade, e seus nomes obscenos, tenha sido agredida por outro nas madrugadas, deveria ter mais humildade e não perder seu tempo, assim seus SONHOS seriam realizados.

·         Aí lembrei de um jovem que SONHOU que, queria ir para o exterior, se perdeu no caminho, nem planejou sua viagem e seus sonhos ficaram no ar, deu trabalho para a família, viajar exige determinação, planejamento, economia, controle, conhecimento do País com suas LEIS. Senão vai ficar no aeroporto, e ser deportado, eu já vi um monte barrado na Europa.
·         A legislação funciona, são rigorosos.

·         E EU, só queria em SONHOS, por ter um “açaizal” 100 pés de açaizeiros no meu quintal, só queria comprar uma amassadeira de açaí para tomar um açaí puro, limpo de impurezas.
 Tenho procurado comprar açaí, mas me decepciono cada vez que descubro produtos que colocam no açaí que perde até o “roxo” de sua cor, nem comprei a amassadeira, viajei mais de 11 Países, sim, Países, da Oceania a Europa, passando pela América do Sul, e não comprei minha AMASSADEIRA DE AÇAI, e nem vou comprar mais, um SONHO que ficou pelo caminho. Junto com outro que era comprar uma máquina de moer cana, sim, amo GARAPA fresca, pura, saída na hora, mas, infelizmente, estes SONHOS, não serão concretizados, não vou comprar mais.
·         Mas um SONHO que se realizou, foi ver o MAR, amo o MAR, tenho até MAR em meu nome MAR+IA= MARIA.

AMO CONTEMPLAR O MAR, poderoso, as vezes tempestuoso, as vezes cheio de calmaria, noutros pura REVOLTA de aguas, amo, simplesmente AMO SOMENTE CONTEMPLAR, não gosto de duelar com o MAR, deixo a ele o PODER de ser imperador das aguas, não gosto de navegar no mar, gosto apenas de CONTEMPLAR. E quero ser depositada no MAR, voltar ao MAR, minhas cinzas jogadas ao MAR.

OBRAS EM PORTUGAL >



1.    ECOS DE APOLO-LISBOA 2016-POEMA



2.    PALAVRAS (CON) SENTIDAS-LISBOA-2016- CONTO





3.    ARTE PELA ESCRITA NOVE-PORTO-2016- POEMA



4.    GRAÇAS A DEUS-LISBOA-2016- CONTO



5.    DELIRIOS-PORTO-2017-



6.    GRAPHEIM- LISBOA-2017-



7.    MULHER-LISBOA-2017


8.    É URGENTE O AMOR-LISBOA-2017



9.    POEMA MULHER-LISBOA-2017


10. ETERNAMENTE-SINTRA-2017


11. A VIDA EM POESIA-LISBOA-2017


12. MITOS E LENDAS-PORTO-2017-INDEPENDENTE



13. MITOS E LENDAS-PORTO-2017-INDEPENDENTE

14. ENTRE MUNDOS (A SER LANÇADO)



15. FURIA DE VIVER-PORTO-2017


16. 04 ESTAÇÕES-PORTO-2017

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ECOS DE APOLO-LISBOA 2016-POEMA

POR QUE(?)

Por que esconder a emoção?
Se o meu coração te quer?
Por que fazer do percurso
Uma estrada sem fé?
Por que não olhar estrelas
Mesmo no escuro?

Por que não aportar
No meu Porto Seguro?

Por que sempre questionar
E depois?

Se o que queremos, sabemos
Somente os dois.

Por que não descobrir?
Mesmo em sombras...

Por que não transformar o mar
Sem ondas
Revoltas ou amenas?

Se este momento é sereno, e o meu nome SERENA, MORENA....

Por que só questionar, e agora?

Talvez eu nem seja somente Senhora
Seja a outra na alcova
Sem horas....

Por que olhar nos pés
Se quando eu quero correr?
Por que parar minha ânsia, se quero sofrer?

O amor não é sofrimento?

Responda se querer.

Por que a saudade corroi
Destrói
Constrói
Mutila?

Mas não sou esta Ilha
Sou COMPANHIA, Lembra?... SOU COMPANHIA.

Gosto do riso perdido
Gosto do prazer não contido
Gosto de não ter limites,

Gosto do teu Poeta satírico.... (Du Bocage....)

Sou parte de tua estrofe sem rima....
Sou verso em busca de sina....

Sou badalo sem torre
Sou fogo sem chama

Me deixa ser tua ESCRAVA E AMA...

Na cama....

Não quero ser tua amarra
Não quero ser tua DONA
Não quero caminhar teus passos
Quero somente abraços
Quero teu afago de Rei.

Quero teu sorriso perdido
Quero tua boca entreaberta
Quero teu sussurro de apreço, e teu gemido.

Reza sem terço

Prece sem destino....

Vem ser MEU MENINO.

Quero teu Perfume
Quero descobrir sabores
Quero fazer aquarelas
Com minhas cores....

QUERO VOCÊ
Nos meus dias
Na minha rotina
Quero abrir minha janela
E te descobrir no horizonte
Fazer de você minha fonte
Trazer o raio do sol em minhas mãos.

Voar com o Pássaro livre
Nas asas de uma LIBERDADE imaginaria, mas, sutil.

Em julho e não em abril.











PALAVRAS (COM) SENTIDAS-LISBOA-2016- CONTO

PALAVRAS E SILENCIO

 Aos 50 anos refiz uma trajetória de repensar valores.
Antes tão crítica nas palavras soltas ao vento, tão prudente no pensar, aos poucos o caminhar pelos anos, traçaram um novo curso de novas compreensões. A razão deu lugar a emoção. Palavras não tão ditas, nem tão amargas, nem tão amenas, consentidas na serenidade eram como caminhos a percorrer por lugares inimagináveis, a luz das fotografias eram focos na memória eternizada no pensamento. O rosto assim se modificou, os olhos tinham novas funções, eram mais observadores e cheios de sabedoria, perfilavam antes das conceituações. E ele soberano reinava entre as emoções. O silêncio. Muitas vezes preferi o silêncio das horas, a contemplar lugares que antes sem significação, tornaram-se tão importantes para o meu crescimento, um por de sol, não era mais que um por de sol, era pura contemplação da natureza sem palavras, com emoção, suas cores entrelaçadas de energia não precisavam de palavras, mas, sim, de sentimento. A chuva que caía na pequena floresta do meu quintal, não era mais apenas um fenômeno da natureza, era lirismo poético na alma trazida com o silencio.
 As vezes abria os lábios em um sorriso enigmático onde somente eu e o Silêncio fazíamos parte de um ritual, o segredo era nosso


ARTE PELA ESCRITA NOVE-PORTO-2016

AS LEMBRANÇAS SÃO COMO MARÉ...
Por > Neca Machado

As lembranças são como Maré
As vezes revoltas, noutras amenas
As vezes batem no fundo da alma serena
As vezes quebra a beira do cais.

As Lembranças são como Maré
Levam tão longe o pensamento
Nos transportam no silencio dos ventos
Nos devolvem no mesmo Porto de origem
Quando abrimos os olhos,
E descobrimos o ECO de nossa saudade.

As lembranças são como Maré, limpam as dores
Levam temores
Trazem sabores distantes
Em uma linguagem olfativa
Que nos transporta a um porto sem rumo.
E nas entranhas da alma, a rede da nostalgia
Tece sua teia.


As lembranças são como Maré...
Caminham sorrateira sobre um curso de rio
Chegam ao Mar
Nos deixam com frio, sem nos acalentar.
Nos transportam em suas ondas bravias, ou amenas,
Nos deixam lembranças, amargas ou serenas.
 Nos embriagam com a contemplação de um horizonte,
São fonte de inspiração,
São caminhos de emoção,
São túmulos a abrigar lembranças amargas,
São luzes em tuneis de fé,
Lembranças são como MARÉ!



GRAÇAS A DEUS-LISBOA-2016- CONTO

A LUA ME CEGOU!


CONTOS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS

Por > Neca Machado (Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Licenciada Plena em Pedagogia, Jornalista, Blogueira com 21 blogs na web, Quituteira.

A velha rua da Praia acordou com os gritos assustados de alguém que perambulava sem rumo, gritando em uma voz cheia de medo: “A Lua me cegou, a lua me cegou, a lua me cegou...”

Maltrapilho, descalço e parece CEGO.
Foi assim que o delegado de polícia da capital o encontrou, foi chamado por moradores que assustados pareciam petrificados sem entender a situação. O delegado abriu os olhos do coitado, e sem explicação nenhuma, dizia que não tinha nada ali, deve ser um “cisco” que caiu no teu olho, repetia. E o pobre Homem continua a gritar: “foi a lua, foi a lua, foi a lua…”
Foi levado num camburão da polícia para o Hospital geral que era o mais próximo da rua da praia. E por orientação medica foi mandado para o departamento de psiquiatria.
No outro dia, parentes avisados o procuram por lá, ainda estava cego.
A Mãe repetia que ele “era bom”, não tinha problemas nos olhos, que enxergava tudo, que andava sozinho por Macapá, que gostava dos puteiros e do quebra mar.

Mas, enfim, ele estava cego!
A cegueira repentina para ele tinha uma causa: “Foi a Lua”
Ainda meio tonto dos remédios que lhe deram, ele tentava lembrar de alguma coisa.
Disse que estava na frente do Mercado Central, que pegou um carreto de bananas e foi deixar na quitanda da Mulher, que nem sabia o nome, e que ela tinha lhe dado uns trocados, e que feliz foi tomar umas no boteco da esquina com uma morena que acabara de chegar no Igarapé das Mulheres e agora fazia “ponto” por ali...
Depois foram passear no trapiche, que naquela noite tinha uma bela LUA.
Ainda tentou fazer uma poesia, mas não era letrado.
De mãos dadas correram os dois pela Pedra do Guindaste, sempre fitando a Lua, redonda feita uma peteca azul dizia ele.
Parece que era meia noite.
E aí, foi quando lembrou que não enxergava mais.
A última visão foi a LUA. Cheia de gente, cheia de mistérios, cheia de desejos inimagináveis...

E agora ele CEGO.
Os anos se passaram e ele continua a repetir, muitas vezes agora com uma velha bengala de companhia “FOI A LUA, foi a lua, foi a Lua...”
Foi culpa da LUA.

A LUA ME CEGOU!

(Para muitos Pajés da floresta Amazônica a LUA e cheia de mistérios, encantos e enigmas. Cuidado, a LUA também deixa marcas…)