quarta-feira, 31 de outubro de 2018

CRONICAS DA NECA MACHADO

CRONICAS ( LEMBRANÇAS AMARGAS DE PUTAS VELHAS"


PUTAS VELHAS -MEMÓRIAS

CRONICAS DA NECA MACHADO



REVOLTA DE UMA PUTA POBRE!

(Mulheres que se VALORIZAM, não gostam de chocolate, nem de flores, gostam de diamantes... Puta)



BIOGRAFIA

Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas, premiada em 2016 com classificação na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs, classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)

*LEMBRANÇAS....

"A forma como defino o luxo não é o tecido ou a fibra ou a quantidade de detalhes em ouro na peça... Essa é uma definição antiga. Para mim, luxo tem a ver com agradar a si mesmo e não se vestir para os outros".(Marc Jacobs
        

  Sentada na antessala do Instituto de Oncologia onde foi levada por   “pena “ de um cliente que a ajudou a tirar seu título de residente na EuropaELA (   )talvez, nem se lamentasse do que viveu ou passou, estava na Europa, sonho de consumo da maioria das Prostitutas jovens do mundo todo, ficou por lá mais de 10 anos, enfrentando muito frio e hostilidades, e ela, agora tinha até o Cartão do Utente, sim, abriu um belo sorriso, era seu plano de saúde gratuito no exterior, o governo permitiu através de uma Lei que os portadores de câncer, tivessem direito a tratamento sem pagar nada, e ela se orgulhou, não teria que ser humilhada na fila do SUS, e nem teria que partir para a briga com outras companheiras por apenas uma consulta, sem remédios, NAS MADRUGADAS INSEGURAS, da “merda de onde nasceu, repetia REVOLTADA.”

ELA (  ) ainda adquiriu alguns hábitos da Europa, mesmo no câncer, não se abateria, continuaria a ter o nariz empinado, e dizia: na Europa é obrigação “ser arrogante” e fez um leve sinal com a boca, de pura satisfação apesar da morte na porta, vou morrer na Europa, podes crer!



Cutucou a prostituta do lado – “Bicha te comporta” aqui eles olham tudo, e tu sabes, nós já somos a diferença, riu entre um sorriso amarelo e a ansiedade de saber como estavam suas plaquetas, e olha que já tinha visto a maioria ir embora; quando começou o tratamento tinham várias ao seu lado, agora eram somente as duas, e amanhã outras viriam “contaminadas”, para apenas protelar um pouquinho, porque, repetia: “câncer é sentença de morte, não chora.”

Tentava segurar as lagrimas...

E para não perder o costume de falar da vida dos outros, apontou o dedo mindinho para o outro lado e disse: “está vendo aquela ali, o cabelo já caiu, tá de peruca...”
E lembrou:

DAS RUAS MAIS CARAS DO MUNDO, QUE CONHECEU, SOMENTE DO LADO DE FORA.... NUNCA ENTROU, NÃO TINHA DINHEIRO.

“Bicha quando cheguei aqui, quase enlouqueci.
Meu pé nem cabia num salto alto que comprei numa loja de segunda mão, mas, forcei tanto que ele cedeu, riu de novo.
Sempre amei passar nas ruas mais caras, e olha, que conheci, meio mundo.

PARIS

Em PARIS, há PARIS, fui milhares de vezes a Champs Elysées, e me vesti de “verdadeiro luxo”, segurei as bolsas mais caras, usei os melhores diamantes, calcei os sapatos mais sofisticados, e os casacos? Há os casacos, eu aprendi a combinar, bota, bolsa e casaco, UI! E ainda tinha os perfumes, sempre que eu passava em uma loja, tinha um vendedor sorrindo sarcasticamente, e me passava um pouquinho na mão, nunca tive realmente um dinheiro para comprar um vidro inteiro, mas aprendi a ir as lojas para me perfumar de graça, eles dão um pouquinho.
 E um dia de tanto sonhar no banco da praça, que quase morri de frio, e um segurança até pensou em me levar para dentro de uma loja da PRADA, mas, como não podia, lá voltei de metro para a espelunca que morava.

          Bicha tu tens que falar um pouquinho de inglês, francês, italiano, esquece o português por favor, aqui até faxineiro fala inglês.
“Um estudo feito pela Cushman & Wakefield, chamado Main Street Across the World, revelou que a rua mais cara este ano é nenhuma outra senão a 5th Avenue, uma das mais famosas avenidas da Big Apple. “



QUINTA AVENIDA- 5TH AVENUE – BIG APPLE

          Um dia sai com um caminhoneiro norte americano, e perguntei qual a rua mais cara de lá e ele me disse: 5ª AVENIDA.

Fifth Avenue ou 5th Avenue (em português5ª Avenida) é uma avenida extremamente movimentada de Manhattan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. Vai desde a rua Norte da praça Washington Square Park/Waverly Place(6th Street)em Midtown até a 143rd Street/Harlen River Drive, Harlem e devido às propriedades caras de particulares e mansões históricas que possui em toda a sua extensão, é um símbolo de riqueza de Nova Iorque. É uma das melhores ruas para fazer compras no mundo, e também uma das mais caras ruas do mundo. Foi fundada por Joseph Winston Herbert Hopkins, e é a avenida que divide as ruas do leste e do oeste de Manhattan, bem como o ponto número zero para os números das ruas (que aumentam em ambas as direções quando se afasta da Fifth Avenue).


E EU voltei a sonhar, “bicha sonho não tem preço.”

Eu posso sonhar.
No sonho EU POSSO TUDO.
Estou na 5ª Avenida, sentindo o cheiro da APPLE, e gastando em dólares.

“MULHERES QUE SE PREZAM, NÃO GOSTAM DE FLORES, NEM DE CHOCOLATES.
GOSTAM DE DIAMANTES...” ( revolta de uma Puta pobre)




FATO
Um dia um velho, nojento, com cheiro de podridão, queria muito meus beijos, eEU enojada, só queria ir embora dali, mas ele ainda tentou de todas as formas ser gentil, e tirou do bolso, um pedaço de chocolate, aí, eu me revoltei mais uma vez, e pensei entre deixa-lo sozinho, e ganhar uns parcos trocados, aguenta-lo, infelizmente, mas o que EU queria realmente, era um simples anel deDIAMANTE. Se não fosse, apenas de ouro já servia.

Um dia quase fiquei louca ao ver um carro de ouro, sim, não é mentira, era um carro de ouro que parou em Paris, era de um Sheik, e EU ENLOUQUECI, meu Deus, um carro de ouro, cruz credo, é muito dinheiro, e olha que vi o lançamento de um carro do Batman, que eu só tinha visto em desenho animado as portas de abriam para cima, e eu feito criança, dancei na rua de felicidade, é a EUROPA, aqui se vê de TUDO.

“Quando se pensa em luxo, alguns lugares do mundo vêm à mente: Paris, Milão e até mesmo Nova York. Mas, ainda dentro de cada uma dessas cidades, algumas ruas se destacam por serem as mais luxuosas do globo. 
Um estudo feito pela Cushman & Wakefield, chamado Main Street Across the World, revelou que a rua mais cara este ano é nenhuma outra senão a 5th Avenue, uma das mais famosas avenidas da Big Apple. 
Além de conter alguns dos nomes de maior reconhecimento da moda, a avenida também é marcada por abrigar os maiores milionários de Manhattan. O preço do metro quadrado? Nada menos que US$3.500,00. 
Curiosamente, a segunda posição fica com a Causeway Bay, em Hong Kong, com uma renda de US$2.399 por metro quadrado, bem acima dos US$1.372 cobrados em uma das ruas mais conhecidas do planeta, a Champs Elysées, em Paris. 
A lista com as dez primeiras posições do estudo você confere abaixo:
1.     5th Avenue, Nova York
2. Causeway Bay, Hong Kong
3. Champs Elysées, Paris
4. New Bond Street, Londres
5. Via Montenapoleone, Milão
6. Pitt Street Mall, Sydney
7. Bahnhofstrasse, Zurique
8. The Ginza, Tóquio
9. Myeongdong, Seul
10. Kohlmarkt, Viena”



          E o microfone repetiu seu nome para mais uma sessão de quimioterapia.

E na despedida, ELA, altiva, “arrogante”, disse entre um sorriso sarcástico: talvez seja um ADEUS
Amanhã talvez não estarei mais em uma outra sessão.

MAS, AMO A EUROPA. EUROPA É EUROPA.
Beijos, te cuida.




quinta-feira, 25 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 - DEBATE AMAPÁ-(25.10.2018) - SANTOS, MILAGRES E PROMESSAS

ELEIÇÕES 2018 - DEBATE AMAPÁ-25.10.2018- SANTOS, MILAGRES E PROMESSAS

ELEIÇÃO 2018- DEBATE AMAPÁ- SANTOS E MILAGRES

MORRE UM PIONEIRO DO AMAPÁ- MESTRE ARIM DO LAGUINHO

NECA MACHADO

A VIDA EM POESIA 3- LISBOA 2018

“A VIDA EM POESIA 3”- 18ª OBRA DE NECA MACHADO-PT”




NM

(Neca Machado)

BIOGRAFIA



Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, de novo em 2017, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, de novo em 2017. Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 20 obras lançadas em Portugal em 2016, 2017, e 2018.  Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Coautora na obra lusa, lançada em Lisboa em 09.09.2017, A Vida em Poesia 2, coautora em A Vida em Poesia 3- ano de 2018, coautora na obra Bilíngue inglês e português lançada em Zurique-2018 – Tributo ao Sertão, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)











Já está no Meio do Mundo (Amapá) a obra coletiva de Poemas “A Vida em Poesia 3”.




A Antologia de Poetas lusófonos, reúne em seu bojo uma coleção preciosa de pura emoção literária, de vários países, dentre eles: Brasil (Neca Machado) Espanha e Portugal. A obra lançada em 14 de setembro em Lisboa (2018), é composta da produção literária de 92 autores, com 163 páginas, sob a responsabilidade da Editora Helvetia.



Neca Machado caminha sobre o Rio Amazonas.



O maior rio de agua doce do planeta, e traduz em rimas sonorizadas de emoção um passeio de barco onde suas mãos tocam as águas barrentas do Amazonas, como se fossem pés. Abre uma janela imaginaria sobre o horizonte e se ergue altiva como as palmeiras de açaizeiros quase tocando as nuvens, e brinca no espelho d’água que se integra ao céu. “Minha poesia traduz minha alma cabocla, cheia de magia e encantos da floresta, me banho de ervas, escuto o cantar de pássaros nativos, recebo bênçãos de deuses tucujus...”

Sendo libertaria de sua emoção.








HOJE! EU VIM CAMINHAR SOBRE O RIO AMAZONAS.





HOJE! (   )



EU abri minha janela para o Rio,

E cheguei na linha do horizonte.



Vim ver pássaros nativos bailando sobre açaizeiros,

Vim brincar com as nuvens que se unem a Maré.

E se confundem.

Vim sentir a nevoa das aguas barrentas do maior rio de agua doce do mundo,



O Rio Amazonas,



Batendo em meu rosto afro,

E sorri de satisfação.



Hoje EU...



 Só quero a liberdade de caminhar sobre a AMAZONIA.

Sem pressa, sem medo, sem RUMO...





HOJE vim caminhar, sobre o arco íris da Amazônia, multicor...

Vim escutar sinfonias de pássaros,

Vim me embrenhar sobre caminhos dentro do Rio.



Parei em ilhas verdejantes, subi em catraias e rabetas....

Assoviei para seres inimagináveis, e

Pedi a benção da Mãe d’água,

Escutei ao longe o canto do Uirapuru,

Sim! Era ele sim,

Veio me saudar.



Vi Iara, Matinta Pereira...

Vi ao longe um Boto...

E ele se transportou até minha janela sobre o Rio.



Mas, para que? Quero pés, se tenho asas? (Frida Kalo)



E com elas me embrenhei de novo na mata.



Catei um fruto de Cupuaçu, polpudo, comi sem pressa,

Achei Taperebás, não tinham bichos,

Amei a cor de cobre dos Buritis

Que teimavam em navegar nas aguas barrentas deste Rio...

E descobri no meio das Aningueiras, a temida Cobra Verde...



E de novo coloquei minhas asas e fui para as copas dos açaizeiros

Nem precisei de Peconha.

E a cor viva roxa dos açaís na minha boca.

E o purpura da emoção no meu coração, sem TI....



HOJE,



 Há,

hoje, remei contra a Maré do Rio Amazonas...

E ELE (Rio) tão calmo, nem se irritou com minha presença.

Me cobriu de orvalho serenado de poesias caboclas...



E EU só queria abrir uma nova janela para o infinito...(TOM)



E Vim caminhar SOLITÁRIA sobre este manto do pulmão do mundo.







Hoje EU...



 Só quero a liberdade de caminhar sobre a AMAZONIA.

E perpetuar minha lembrança.

Mas, não morrerei de saudade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

NECA MACHADO, DA AMAZONIA PARA O MUNDO

CRONICAS DA NECA MACHADO - DA AMAZONIA PARA O MUNDO

·         CRONICAS URBANAS DA NECA MACHADO
A LAMA E O LIXO!






BIOGRAFIA



Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




·         A LAMA E O LIXO!

Um elo, uma simbiose singular.

Na LAMA, o LIXO se integrou, não se desintegrou, não serve para reciclagem nem para húmus, o LIXO, tornou-se podridão.

O cheiro fétido do LIXO apodrecido, impregnando narinas, traz com ele doenças maléficas que destroem, mutilam, e fazem morada na LAMA, contaminando o ar, antes puro e natural, além do lençol freático.

A LAMA da fossa formada no meio da via, virou deposito de vermes e receptáculo para BACTERIAS, QUE destruirão o LIXO, inservível até para os húmus.

Pobre LAMA, pobre LIXO!

Um elo, uma simbiose!



·         Na natureza muitos LIXOS, tornam-se resíduos sólidos passiveis de reciclagem, mas, na natureza HUMANA, muitos LIXOS, alguns deles humanos, nem servem para LAMA.

Com suas PODRIDÕES, fétidas, contaminam a sociedade com suas megalomanias utópicas, e nunca sairão da verdadeira LAMA que é sua rotina, sem crescimento moral, material ou espiritual, continuarão LIXO, até o tumulo, e mesmo após sucumbirem em suas insignificâncias não servirão nem para o tal sal da Terra, nem para alimento de VERMES, que sabe distinguir a verdadeira essência de um alimento, mesmo sendo um VERME.

E será sempre um LIXO não reciclável, mesmo após sua deterioração.



LAMA E LIXO, SIMBIOSE PERFEITA!

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CRONICAS URBANAS DA NECA MACHADO



A MEGALOMANA DO ESGOTO

(Qualquer semelhança, é mera coincidência.)



BIOGRAFIA



Neca Machado (Ativista Cultural, altruísta que preserva os sabores e saberes da Amazônia, através dos Mitos e Lendas da Beira do Rio Amazonas no extremo norte do Brasil, é, Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas por 11 Países (Europa, Oceania, América do Sul) 2016, classificada  em 2016  na obra brasileira “Cidades em tons de Cinza”, Concurso Urbs,  classificada com publicação de um poema na obra Nacional, “Sarau Brasil”, Novos Poetas de 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em 10 obras lançadas em Portugal em 2016 e 2017, Autora independente da Obra Mitos e Lendas da Amazônia, Estórias da Beira do Rio Amazonas, publicada em 02 edições em Portugal em 2017, edição limitada, Licenciada Plena em Pedagogia, Gastro-Foto-Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 em Portugal, Quituteira e designer em crochê.)




A MEGALOMANA DO ESGOTO

(Qualquer semelhança, é mera coincidência.)



No catre fétido do ESGOTO que ela aportou, saída da podridão, não mudou de classe social, apenas de endereço, mas, sua essência MEGALOMANA, não desapareceu, onde ia, brigava, vociferava, reclamava do outrem, mesmo na miséria e na esmola. Vivia de esmolas, sem trabalho, sem futuro.

Sua fascinação pelo inatingível continuou, vociferava aos berros em uma voz inaudível e gutural, estridente e insuportável, seus devaneios. Nunca atravessou o Atlântico sequer em pontes imaginarias para desaguar suas utopias.

Desaguava no ESGOTO sobre seu catre fétido, seus devaneios e narcisismos.

Sem saber de seus transtornos mentais até poderia ser curada se procurasse um profissional competente para trata-la, mas, jamais admitiria sofrer de MEGALOMANIA.

 Suas obsessões e manias pelo exagero, beiravam ao surrealismo em uma pintura semiacabada talvez somente em seus Sonhos do pobre DALI.

Sua combinação entre devaneios, imaginação, irrealidade, em seu subconsciente talvez, fosse uma bomba a explodir em uma aquarela pintada com sangue de seus sofrimentos. Mas, ela jamais admitiria ser uma doente mental, com seus transtornos cada vez mais visíveis e latentes.

Seus ímpetos e impulsos despejados no ESGOTO, talvez um dia fossem parados, literalmente em uma vara criminal de uma justiça por seus atos impensados, na condenação real de seus CRIMES.

Crimes em todas as esferas, da negligencia ocasionada a MORTE, até um racismo velado saído de sua boca podre.

Enxergava o mundo ao seu redor, como seu próprio mundo, cheio de imperfeições, cheio de lacunas e de insetos, muitos deles em seu espaço capilar onde fizeram moradas e deixaram suas sequelas em sua mente, seus Piolhos cresceram e se multiplicaram.

No ESGOTO, seu exagero ganhou nome de MEGALOMANIA.

Seus sintomas cada vez mais visíveis, afastaram os mais próximos.

“E ela fatalmente iria sucumbir aos seus erros. “

Talvez ainda no fundo de sua alma podre, restasse um veio de esperança num novo amanhecer.

Para sua doença mental, não havia remédio, mas, sim, acompanhamento de um profissional da área onde ele pudesse lhe mostrar a verdadeira face de sua doença. Sim, ela era um doente terminal, não tão jovem, não tão bela, não tão culta, perdeu seu tempo, sentada na beira do catre pobre, a espreitar o cheiro fétido do ESGOTO das fezes depositadas ao relento ao seu redor, a tentar limpar de suas unhas, um lixo que jamais sairia, foi impregnado até sobre as unhas.

Um banco de escola, ou até uma universidade lhe fariam caminhar para mais longe, até uma aposentadoria por uma labuta merecida. Mas o tempo, nem ele, era seu parceiro, ela já estava a meia idade. Mas sobreviveria de migalhas, migalhas alimentares, migalhas, migalhas.... Rastejantes como ela.

Seus delírios, há seus delírios!

Precisariam ser parados, para ela não cometer MAIS CRIMES. Precisaria ser levada às pressas a uma Vara criminal.

Talvez até se sentisse uma adepta de Napoleão Bonaparte, tão MEGALOMANO quanto ela, mas, será que ela conhecia Napoleão?

Será que ela tinha visto alguma obra de Salvador Dali? Para se sentir parte da tela?

E se um dia atravessasse por um milagre a tal ponte entre a Amazônia e a Europa (Oiapoque) e aportasse em Paris, ela morreria de ver as famosas vitrines do centro da capital Luz mundial, com seus modelos fantásticos saídos do designer de estilistas famosos, e aí, seus DELIRIOS se realizariam, ela iria se IMAGINAR segurando uma bolsa Hermés, vestindo um casaco da estação, uma bota de couro original, uma joia, um perfume....

Mas sem dinheiro suado, ganho com seu trabalho, ela jamais conseguiria, não tinha trabalho. Perdeu tempo, e o tempo perdido, não voltaria mais.

Talvez até se prostituísse, para comprar apenas um pobre vestido, mas, seu corpo, não valia NADA, não tinha mais o viço da idade, nem a beleza competitiva de novas prostitutas da Rússia que eram as donas do pedaço, lindas e belas realmente, feitas bonecas de porcelana.

Para os SURREALISTAS como Magritte e para as famosas analises de Freud, ela serviria como parte de estudo para futuras novas incursões em suas artes, seria tema de uma obra inacabada pintada com seu próprio sangue, contaminado, inservível até para uma doação de urgência.

Sua patologia não estava inscrita no CID, estava grafada na alma. Com seus exageros e imperfeições, sua fascinação era somente parte do seu EU, ecoando nos caminhos rastejantes do ESGOTO.

Seus atos impensados, eram a força presente de um exagero que não foi contido.



E sua MEGALOMANIA continuará no ESGOTO, rastejante, contaminado e inservível.